Desmonte Colonial

O Desmonte Colonial é um programa de ativação da CASAMATA que aproxima artistas do campo das artes visuais para discutir questões como colonialidade, história, tempo e memória, tendo como ponto de partida seus processos e pesquisas artísticas. Pensada para ser um espaço de conversa aberta com a presença de artistas, não só das artes visuais e sim, das tantas propostas que extrapolam as linguagens, o programa tem por objetivo principal gerar discursões a partir de abertura de pesquisas e processos. Não se limitando necessariamente a produção artística, mas ao programa interessa também os atravessamentos e cruzamentos de operações de sentidos e de produção de conhecimentos. 

Desmontar=desmantelar=desfazer a estrutura que organiza as relações e o acesso aos recursos naturais, materiais e educacionais de modo assimétrico e desigual, requer uma ação sistematizada e continuada, requer esforço, diálogo, requer luta. É importante ressaltar que não estamos falando de uma parcela pequena, estamos falando de uma maioria populacional que sempre esteve à margem. Estamos falando dos modos como as opressões (raciais, de classe, sexuais, generativas, capacitistas, etc) nos atravessam e nos empurram para um não lugar, ou para um lugar restritivo, para um lugar da sobra, do resto. Acreditamos que somente alcançaremos uma transformação sócio-cultural a partir de processos formativos que considerem a multiplicidade e a diversidade de sujeitos acionais. É a partir dessa noção de desmonte da dominação colonial que o programa surge. 

De que forma as artes contribuem, enquanto formulação e produção de conhecimento, no processo de desmonte da máquina colonial? Que mecanismos são construídos e em que instancias de discussão são agenciados? Em que espaços e em que redes? Quais são os sujeitos que executam esse desmonte colonial?

Ativações em 2019

Partindo de um pensamento anticolonial sobre a produção artística e de pensamento, através de perspectivas interdisciplinares, O Desmonte Colonial existe a partir de formulações diversas, em que se constroem possibilidades de execução do desmonte da máquina colonial e construção de outras formas de vidas para corpos racializados e dissidentes.

Edição #1: 24 de agosto de 2019

Aline Furtado, Clébson Francisco, Eduardo Moreira, Izabelle Loiuse Tremembé e David Felício.

Edição #2: 26 de outubro de 2019

Darwin Marinho, Maira Abreu Rocha, Tamires Ferreira e Victor Freitas.

Edição #3: 16 de novembro de 2019

George Ulisses, Pedro Silva e Karina das Oliveiras.

O Desmonte Colonial se constrói como uma comunidade aberta de aprendizagem. Propõe uma conversa aberta para conduzir reflexões a partir de perspectivas decolonais sobre arte, pensamento, cultura e mediação em educação.

Ciclo Formativo: dezembro de 2020

Agora em 2020, propomos a continuidade do programa no formato virtual como forma de ampliar as discussões e o acesso ao público, estruturando um espaço de ativação e formação crítica voltada para artistas, pesquisadores e estudantes, que foram escolhidos com base em marcadores raciais, de gênero e dissidência sexual, além de suas atuações no campo da arte e da educação. Afinal de contas, como nos ensina bell hooks, em sua obra ensinando a transgredir não há aprendizado sem ser contextualizado dentro das experiências vividas de várias gerações, não se pode pensar em desmonte sem considerar a desigualdade de oportunidades e de acessos.

Com Ana Lira, Kaciano Gadelha, Ana Aline Furtado e Clébson Francisco

Para saber mais desse ciclo!