
Vivemos hoje no Brasil um momento muito singular, as questões raciais nunca antes foram tão debatidas na sociedade quanto são agora e são pautas recorrentes em diversos meios de comunicação; o racismo brasileiro escancarado começou, aos poucos, a ser apontado e problematizado. Apesar disso, no contexto do audiovisual, ainda vemos passos lentos. Diversas pesquisas já apontaram a ausência de filmes de longa-metragem em circulação no circuito comercial que foram dirigidos e/ou roteirizados por pessoas negras. Os dados são indícios dos abismos de acesso a produção de filmes que desdobra na própria distribuição dos mesmos,
Nesse mesmo cenário, vimos eclodir um forte movimento negro de luta por espaços e pela urgência da sua presença na cadeia do audiovisual em diversas esferas, seja no campo da representação como também no que tange a profissionalização e criação de obras. Tem-se pautado a visibilidade de pessoas negras em todas as áreas e funções, desde o roteiro, passando por funções técnicas, pela curadoria e pela crítica, até a distribuição, difusão e exibição dessa mesma produção. Esse levante negro tem pautado debates, discursões em festivais e mostras, fóruns online, publicações e seminários.
Nesse sentido, a Mostra Negritude Infinita se insere numa rede de mostras e festivais voltados a difusão de obras de cineastas negras/os, e surge como uma plataforma de defesa dessa produção audiovisual como uma ferramenta importante de acesso a conhecimento plural e democrático. A defesa deste projeto é do cinema enquanto uma infinidade de potencias criativas de transformações sociais, culturais e políticas no Brasil contemporâneo, validando a necessidade acerca do debate racial dentro e fora das telas do Cinema Brasileiro.
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