MEMÓRIAS NEGRES NATIVES é uma residência artística voltada para artistas visuais e da cena. Se constitui como um espaço de pesquisa de narrativas corporais e visuais negras e indígenas a partir dos discursos contra-coloniais que difunde imaginários não-hegemônicos de populações racializadas e dissidentes das normas.
Pensando na criação artística e na ampliação do corpo poroso ao processo temporal a residência, em seu caráter formativo e de criação, parte do pressuposto que a memória precisa ser exercitada para que amplie seu repertório potência, desse modo, o tônus muscular dançado/trabalhado neste direcionamento está diretamente ligado à expansão do tônus memorial. Esta imersão garante a reatualização das narrativas ancestrais de cada participante o fazendo mergulhar na sua história e entendendo que as memórias negras são também material poético de criação cênica e visual. Assim voltando o olhar dos corpos e corpas para as questões da comunidade, do território e os saberes onde mora.
Considerando que foi identificado que o apagamento e a negação das memórias, temporalidades e ancestralidades raciais faz criar-se um imaginário pejorativo e depreciativo sobre o intelecto e os fazeres tradicionais das comunidades negras e indígenas. Na residência, percebemos a necessidade de ampliar espaços de reflexão, debate e difusão do conhecimento para além dos espaços institucionais, incorporando práticas formativas e artísticas a partir de perspectivas múltiplas que levem em conta aspectos raciais, de gênero e sexualidade, territorialidades e de pensamentos contra hegemônicos.
A residência tem coordenação geral de Pedra Silva, artista, pesquisadora, performer e arte-educadora. A cada edição convidamos até 10 artistas para participar dos processos de imersão e criação artística.
Edição 1 – 2020 | O CORPO VOLTADO PARA O CHÃO
A primeira edição da residência teve acompanhamento artístico de Pedra Silva e Amanda Monteiro, e contou com artistas seguintes: Benedita Arcoverde (PE), Déu (CE), Francisca Firina (CE), Ilton Rodrigues (CE), Karina das Oliveiras (CE), Lara Xerez (CE), Maria Macêdo (CE), Rastros de Diógenes (RJ) e Terra Queiroz (BA).
Edição 2 – 2020 | PASSAPORTE PARA A ANCESTRALIDADE
A segunda edição da residência teve acompanhamento artístico de Pedra Silva e Amanda Monteiro, e contou com artistas seguintes: Abiniel João Nascimento (PE), Amy Sousa (CE), biarritzzz (CE/PE), Camila Fontenele (SP), Eliana Amorim (CE), Julia Ribeiro (DF), Mariana Chaves (CE), Rapha Souma (CE) e Rogê (CE).
Edição 3 – 2022 | DESOBEDIÊNCIAS EMANCIPATÓRIAS
A terceira edição da residência tem curadoria de Pedra Silva e Clébson Francisco, acompanhamento artístico de Tieta Macal e Paula Trojany, tendo como artistas residentes Diego Fidelis (CE), Ewa Niara (CE), Gil Sales (CE), Ka (CE), Luly Pinheiro (CE), Mateus Fazeno Rock (CE), Mumutante (CE) e Sy Gomes (CE).