Nas semanas que se passaram nós nos fizemos diversas perguntas sobre o tempo e a vida. Perguntas como:
Como pensar uma residência artística voltada para o corpo?
Como conectar corpos e temporalidades distintas?
O que acontece quando muitos corpos se aproximam no mesmo espaço físico?
Na impossibilidade de habitar um tempo e um espaço físico, como conectar esses corpos, se o que precisamos é justamente a aproximação dos corpos e a sua materialidade física?
Como olhar nos olhos se os corpos estão distantes?
Como fazer-se presença? O que é a presença? Como agir nas ausências?
O que muda quando não podemos estarmos presentes?
Será que é possível acessar esses campos cada pessoa de suas casas?
Só iríamos acessar esses campos se estivéssemos juntas em coletividade?
Inicialmente a residência artística Memórias Negre-Natives aconteceria de forma presencial em Fortaleza, entre os meses de maio e junho no território do bairro Planalto Ayrton Senna e tendo o público participante jovens pretes artistas da periferia da cidade. Mas devido às medidas de distanciamento social implementadas por conta da pandemia, tivemos que reestruturar as atividades e repensar nas últimas semanas o nosso novo formato, e a partir de agora a residência acontecerá no formato online durante o mês de maio.
Os encontros acontecerão em dias alternados nas últimas três semanas de maio, através do Skype. Teremos encontros coletivos com todes us participantes, como também poderemos ter encontros individuais ou em grupos menores, como forma de acompanhar os trabalhos de cada artista. Além disso, a partir das práticas e escritas de cada participante, e como resultado da residência, nós produziremos e lançaremos uma publicação virtual no formato de revista [com ISBN].
Memórias Negre-Natives contará com a participação de dez artistas do campo da imagem, corpo, performance e pensamento, que serão conduzidas por encontros e ativações virtuais pelas artistas/pesquisadoras Pedro Silva, Amanda Monteiro e Gizelle Oliveira.
Muitas são as barreiras nos impedem de estarmos juntes em presença física neste momento, mas é por acreditarmos em outras estruturas temporais e espaciais, que nos movimentamos para materializar nossas presenças em instâncias possíveis. Ao longo da semana compartilharemos um pouco mais sobre cada artista aqui nas redes e no site.